A pornografia da guerra

"Rasgada por entre as pernas
Ela, não esboça a mínima reacção
Nem mesmo quando sua carne se inunda
De sangue e gasolina. A vida é surpresa !!!

Presa, entre destroços de certezas
Ela nem mais grita
Se acostuma, ao silêncio em sua boca
E se chora, chora uma lágrima seca


Ela, antes vestida dos pés a cabeça
Que nem ao amado se mostrava nua
Agora oferta pela rua, braços, pernas e bunda
É carne fresca, como uma puta de esquina

Agora, livre de suas grades de areia
Ela, nem olha nos olhos que a levam
Despedaçada pela fria lógica da guerra:
Aos que menos tem, mais lhe será tirado (...)"